sábado, 4 de outubro de 2008

O Amor é um dom supremo

O Amor - Coríntios 13.4,7 –

O CRISTÃO BUSCA APEFEIÇOAR-SE NO AMOR. Quando nós nascemos de novo para a vida em Cristo, nós nos tornamos membros da família de Deus. Como iniciantes, precisamos aprender a linguagem da nossa nova família. O amor é a língua oficial da família de Deus. Sem a linguagem do amor não há verdadeira comunicação com o nosso Pai Celestial, nem com nossos irmãos dessa família. Na antiga linguagem - a do reino das trevas - nós usávamos o dialeto da inimizade, da desconfiança, da insegurança, do egoísmo, da não aceitação do outro. Essas palavras se tornavam armas, escudos, lança conta o próximo e nunca construíam pontes. A carnalidade, o mundanismo, a bajulação, as segundas intenções davam um colorido sombrio ao nosso falar. A razão disso é que, na antiga vida, estávamos voltados para nós mesmos, não nos dirigíamos de fato ao outro, não nos interessava ouvir a opinião do nosso semelhante, queríamos sempre ser ouvidos, considerávamos a nossa palavra como a mais importante, não abríamos a nossa vida a ninguém e, jamais, confessávamos os nossos pecados.
Agora, em nossa nova família, a da fé, nós recebemos a graça e a misericórdia do Pai celestial. Ele nos fez novas criaturas, qualificadas para a verdadeira comunicação com o Pai e com nossos irmãos. A obra que Jesus fez por nós na cruz, derrubou a barreira da inimizade que havia entre nós e Deus, tornando-nos reconciliados com ele. Uma vez reconciliados com Deus ficou fácil nos reconciliar com os irmãos. No fluir dessa graça recebemos o perdão e, assim, ficamos capacitados para retirar o “eu” do trono da nossa vida, dando esse lugar a Jesus, para que ele exerça a sua soberania sobre nós. As inimizades, desconfianças, egoísmos, medos, que possuíamos, caíram por terra, capacitando-nos a ter relacionamentos sadios e sólidos, amizades indestrutíveis, misericórdia para com todos, solidariedade com os demais e aceitação do outro, etc. Fomos exortados a falarmos entre nós “com salmos, e hinos, e cânticos espirituais” (Colossenses 3.16), e a tornar a nossa “palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um” (Colossenses 4.6). A chave de tudo isso foi “o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi outorgado” (Romanos 5.5). Ser espiritualmente maduros é amar com o amor de Deus. Para que isso ocorra em nós, é necessário que tenhamos um relacionamento firme com ele. Amar é ter a vida de Jesus expressando-se em nós. Em I Coríntios 13, Paulo enumera as virtudes do amor, assim ele diz:

O AMOR É PACIENTE:
Vivemos no tempo da impaciência, da pressa, do instantâneo, do “on line”. Queremos santidade de um dia para outro, mas, não existe santidade em três lições. O amor é construído com a paciência, perseverança, disposição para ouvir, esperar, pedir, buscar, bater às portas de Deus, em contínua oração. A paciência é uma virtude divina; Paulo em Romanos 15.5 apresenta Deus, dizendo: “o Deus da paciência e da consolação” e, após, deseja que ele “vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus”. Quando exercitamos a paciência, estamos expressando o amor. O amor de Jesus, sempre, foi paciente, Isaias diz: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, não abriu a sua boca” (Isaias 53.7). A palavra diz que Deus é grato quando nos vê pacientes: “Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus” (I Pedro 2.20). Pedro instrui que: “Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos” (I Pedro 2.21).

O AMOR É BENIGNO:
O amor promove o bem e a bondade. Onde há amor há produção de bons frutos e a benignidade se torna presente; aí, jamais haverá lugar para o mal. Quem é benigno não peca contra o outro, não o ofende e não o violenta. O cristão benigno “é como a árvore plantada junto as correntes das águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Salmo 1.3). Tito 3.4, une benignidade e amor nos atos de Deus: “Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos”.

O AMOR NÃO ARDE EM CIUMES, NÃO É INVEJOSO:
O amor valoriza o outro. Não tem ciúmes da graça especial que foi concedida ao seu irmão. Não entra em disputas procurando tirar para si o que pertence ao seu próximo. Tiago 4.2 admoesta que: “no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus”. O amor busca a glória de Deus, o crescimento dos irmãos e a edificação do corpo de Cristo no mundo – a igreja. Onde há ciúmes e inveja o amor se desfaz Quantos matrimônios se dissolvem pelo ciúme! Provérbios 14.30, afirma: “O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos”, isso significa que a inveja desintegra as estruturas do corpo humano, o que ocorre onde o amor não se faz presente.

AMOR NÃO SE UFANA, NÃO SE ENSOBERBECE:
O amor é humilde. Nunca aponta para si mesmo. Não busca destaque, não espera recompensas pelo que faz, quer, sim, em tudo, agradar ao Pai. Quão facilmente nós nos enchemos de nós mesmos e buscamos de alguma forma destacar o que fazemos, o que dizemos, supervalorizamos o que nos pertence. Os pais da igreja - homens sábios, que mantiveram a fé pura em Cristo, nos primeiros séculos da era cristã, escreveram que: ”sem humildade não se adquire qualquer outra virtude”. Uma das características de Jesus é a sua humildade. Dele a palavra diz que: “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz”. (Filipenses 2.7,8).

O AMOR NÃO SE CONDUZ INCOVINIENTEMENTE:
O amor busca o padrão de excelência, busca o que é melhor, o que convém, além do que seria obrigatório. Ser maduro espiritualmente é buscar o melhor para o Reino de Deus e, em tudo que somos ou fazemos, seja para agradar a Deus. O amor procura se expressar com atenção e carinho. Está sempre disposto a fazer mais do que o necessário. Ele, jamais, é regido pela lei do “menor esforço”. O amor não domina, não força, não embaraça. Expressa atenção e carinho. Está pronto a caminhar a segunda milha, em doar a sua própria capa (segundo Mateus 5.40).

O AMOR NÂO PROCURA OS SEUS INTERESSES:
Essa é a essência do amor ágape, que contraria visceralmente a natureza pecaminosa do homem. O amor aniquila o egocentrismo. O pecado nos obriga, o tempo todo, a olharmos para nós mesmos, para nossas cobiças, necessidades, sonhos desmedidos e pretensões. Ao contrário disso Jesus ensina: “quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mateus 16.25). A vida cristã nos proporciona a experiência de entregarmos nas mãos de Deus todos os cuidados de nossa vida e dedicar-nos, inteiramente, em servir aos outros.

O AMOR NÃO SE EXASPERA NÃO SE RECENTE DO MAl:
Exasperar-se é irritar-se ao máximo; é encolerizar-se. O cristão maduro eliminou de sua vida esses sentimentos causadores de ira, de ressentimento, de magoa e de vingança. Ele cumpre o que Colossenses 3.12-14 diz: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenham motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição”. A amargura é um veneno que contamina o espírito, a alma e o corpo. E é ainda mais perigosa quando ela nasce de injustiças verdadeiras e queixas procedentes. Quando nos damos o direito de guardar as nossas amarguras, pecamos contra a santidade e contra a bondade de Deus e, até mesmo contra a saúde do nosso corpo.

O AMOR NÃO SE ALEGRA COM A INJUSTIÇA, MAS REGOSIJA-SE COM A VERDADE:
O amor nunca está em contradição com a verdade. Não podemos ser permissivos em nome do amor, isso fere a verdade. A igreja é edificada “seguindo a verdade em amor”, ensina Efésios 4.15. Quem imagina expressar amor sacrificando a verdade, demonstra um sentimento carnal, isso não é amor que vem de Deus a nós. E, quem deseja ministrar verdade sem amor torna-se hipócrita. No livro de Apocalipse o anjo de Deus admoesta sobre os dias finais e pede: “o justo continue na prática da justiça” – e para o que é indigno diz: “enquanto o imundo continue imundo”. (22.11),

O AMOR TUDO SOFRE, TUDO CRÊ, TUDO ESPERA, TUDO SUPORTA:
O amor não conhece limites em sua expressão em favor do outro. Ele não se preocupa com o quanto já esperou, o quanto suportou ou quanto perdoou. Suas expressão não se apaga diante das injustiças. Ele se nutre na misericórdia de Deus para continuar sofrendo, crendo, esperando, suportando e perdoando.
Para o cristão maduro o perdão é incondicional, ele oferta sem esperar receber nada; ele ama os inimigos, cumprindo a lei de Jesus: “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste” (Mateus 5.44,45). Jesus assim viveu e nos deixou o exemplo que necessitamos ver e praticar, exatamente, como ele o fez.
Irmãos, tudo o que foi dito aqui é, no dizer de Paulo: “um caminho sobremodo excelente” (I Coríntios 12.31). Deus é um Deus de excelência, de maravilhas e perfeição. Ele espera que sejamos como ele é. Ele deseja ver-nos como cristãos aperfeiçoados e maduros. O Espírito Santo nos estimula a buscar a perfeição que vemos em Cristo. Se permanecermos nele o seu amor fluirá, intensamente, inundando a nossa vida, então amaremos como ele nos ama. O alvo de Deus é que, todos, nós cheguemos à maturidade, à perfeita varonilidade. Buscar isso não é orgulho, é obediência. Desistir da caminhada nunca será humildade, será rebeldia ou preguiça. Tenhamos sempre em mente que: “àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém” (Efésios 3.20,21). Ele fará tudo para que alcancemos o seu propósito. Se ele encontrar em nós disposição para andarmos, momento após momento com ele, sua mão nos guiará. Prossigamos no que é sobremodo excelente e ofereçamos a Deus a nossa vida sujeita, inteiramente, a ele. Amém

Erasmo Ungaretti

Espero do fundo do coração que o Senhor nos ajude a praticar esse Amor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá minha amada esposa, parabéns pelo seu blog, pela sua iniciativa e pela sua forma única de transmitir esse cuidado e amor por Deus.

Que te abençõe sempre.